sexta-feira, 5 de junho de 2009

Todo dia é dia do Meio Ambiente


Em dois artigos publicados esta semana, o deputado federal Fernando Gabeira comenta as questões ambientais do país.

No passado, dizíamos que todo dia era dia de índio. Toda semana também é semana do meio ambiente. Só que, nesta, houve mais solenidades, mais discursos, livros e projetos.No plano internacional, o grande momento será no princípio de dezembro, em Copenhague, onde se decide o futuro da ação mundial, pós-Protocolo de Kyoto. Aqui no Brasil, há um tímido projeto de política sobre mudanças climáticas. Mas o clima é muito mais "caliente" do que dezembro na Dinamarca.O segundo ministro do Meio Ambiente do governo Lula enfrenta seu inferno astral. Os jornais estão cheios de frases: frases daqui, frases de lá. Tanto Copenhague em dezembro como nosso barraco verde estão cobertos por uma nova luz: a crise econômica mundial.Os dois temas não se separam. Sem ilusões: a criação de empregos verdes implica na destruição de convencionais; a crise financeira não se resolve com a produção de carros movidos a hidrogênio.Será preciso um enlace realista entre crise e clima para que se aceitem novas saídas. Aqui no Brasil a sucessão de ministros é inevitável. A política ainda vê a ecologia como uma cereja no bolo. Cada um escolhe a atmosfera da despedida: fogos, choro, ranger de dentes, raiva. Como numa ópera, cada intérprete leva ao papel seus traços pessoais.Mas a história não é uma repetição infinita. As condições de um debate maduro e produtivo serão criadas. E o entrelaçamento do tema com a economia vai levá-lo para o centro da cena.Às vezes, é preciso ser ingênuo como o pai de Fernando Sabino, que dizia: no final, tudo dará certo: se não deu certo ainda, é porque não chegou ao final.Em termos climáticos, é uma frase temerária. Mas em Copenhague, de novo, a esperança estará em nossos corações.

3.6.2009

Entramos na Semana do Meio Ambiente. Neste ano, há muito o que falar. Destaco dois temas para a reflexão. O que o mundo vai fazer depois do Protocolo de Kyoto? A reunião na Dinamarca,no final deste ano, vai nos dar a idéia do avanço possível na ação coletiva no combate ao aquecimento global. O dado novo é a mudança de governo nos EUA, embora isto ainda não seja o suficiente para grande otimismo.Aqui no Brasil, o ministro Carlos Minc vive um inferno astral. Faz pouco mais de um ano que entrou no governo. Talvez dure menos que Marina Silva. Em ambos os casos, há uma certa frustração.Desde quando o tema entrou na política, os governos aceitaram o meio ambiente como uma espécie de bolo na cereja. Queriam fazer tudo o que fazem normalmente e cuidar da natureza. Os ecologistas foram integrados às equipes de governo mas ficaram limitados a uma pequena área de atuação. Não poderia dar certo.Marina intuiu esta limitação ao entrar no governo. Afirmou que o meio ambiente era uma questão transversal. Teria que estar presente em todas as pastas. Mas as palavras sozinhas não movem o mundo. O governo tem uma visão dos comunistas do leste europeu: crescimento agora e solução de problemas ambientais no futuro.Portanto, tanto no plano internacional como no plano nacional, a Semana do Meio Ambiente é comemorada com muitas dúvidas. Felizmente, não se depende apenas de governo. A sociedade avança e, sobretudo, a ciência e tecnologia tornaram-se aliadas da causa ambiental. Antigamente, dizíamos: todo dia é dia do índio.
Todo dia é dia do meio ambiente.
Fernando Gabeira
fonte: http://www.pv.org.br/

Um comentário:

Unknown disse...

Olá gostaria de saber quando será a próxima reunião do PV em Joinville Um Abraço do SGT ALVARO...