terça-feira, 12 de maio de 2009

Aumento das passagens do transporte coletivo de Joinvillle


A Prefeitura de Joinville confirmou o reajuste na passagem de ônibus. A tarifa vai subir de R$ 2,05 para R$ 2,30. A passagem embarcada passa de R$ 2,50 para R$ 2,70. A partir de sexta, passa a valer o passe livre a partir dos 60 anos de idade.

Segue abaixo artigo publico no Jornal A Noticia :

ARTIGO

Coletivo, porém, não público!
por Rogério Novaes


Em todos os tipos de sociedade, em qualquer tempo, ações coletivas são sempre tentadas visando estabelecer melhor resultado, maior eficiência e consequentemente uma natural redução no consumo de energias, todas.O mestre Aurélio Buarque de Holanda Ferreira define coletivo como aquilo “que abrange ou compreende muitas coisas ou pessoas”, mas nunca a totalidade, distanciando claramente tal conceito daquilo que é de todos e para todos, ou seja, do conceito de público.Esse comparativo aqui apresentado presta-se muito bem como referência de avaliação do funcionamento e eficiência de um dos maiores e mais importantes equipamentos colocados em funcionamento em quase todas as cidades do mundo: o transporte público.Quando apenas pensamos no transporte coletivo para uma cidade, o que realmente estamos fazendo é a administração de um serviço buscando eficiência no uso conjunto, sem qualquer efeito mais profundo.Esse formato repassa sem benefícios verdadeiros, custos operacionais aos usuários, fazendo-os financiadores diretos da alternativa e, claro, deixando-os absolutamente livres para melhor escolha, o que também é facilmente percebido na estroinice das médias e grandes cidades.Diante de oferta tão mesquinha, tão pequena, o cidadão põe-se a fazer conta e descobre alternativas mais interessantes, fora dos limites do pensado pelo gestor urbano, pondo-se então a dirigir seu próprio automóvel, entupindo ruas e afogando o planejamento das cidades.Ora, é claro que o transporte urbano, dentro do mais verdadeiro planejamento das cidades, não pode ser apenas coletivo, precisa ser público e, para isso, há que ser assumido na sua verdadeira importância. Não há impedimento algum para esse serviço ser prestado pela iniciativa privada, mas o poder público não pode se omitir, sendo apenas um repassador de custos sob grave pena da insustentabilidade de manutenção de um dos mais importantes equipamentos urbanos.O que deve ser visto é a necessidade do transporte, agora posto como “público”, chegar ao cidadão em valores que o tornem atrativo mostrando-se verdadeira alternativa e, com isso, contribuindo fortemente na organização das cidades.Muitos autores, urbanistas de formação e com larga experiência em planejamento de cidades pelo mundo afora, ousam bradar percentuais de até 62% como taxa ideal de uso do transporte público.Dizem esses especialistas que, com tal taxa, a economia gerada em infraestrutura, implantação e manutenção pagaria até mesmo a gratuidade total do sistema, revertendo para toda a sociedade o seu maior beneficio.Além do planejamento urbano, não podemos desprezar o custo Brasil, termo muito em moda há pouco tempo e um pouco esquecido nesses momentos de melhor desempenho da nossa economia.Em todo o País, cada empresário, seja ele micro, pequeno, médio ou grande, financia o transporte de seus funcionários, ato indispensável para alcançar seus objetivos, inclusive contribuir com impostos, sem merecer crédito direto de tal ação e, consequentemente, repassando seu custo integral ao produto, incluindo nesse ciclo da economia algo que em tese sequer deveria ali estar colocado.

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